("The Lost Beauty"; fotografia de Lamtom, no flickr. Todos os direitos reservados)
Há tanta coisa no mundo que não resiste ao segundo olhar. Ao olhar mais próximo, atento. Quando as vemos pela primeira vez, e elas agarram o nosso olhar, parecem sublimes, qual marca de perfeição no mundo desolado onde estamos condenados a caminhar. Mas tais visões não duram; desviamos o olhar, e quando tornamos a encará-las, damos por nós a pensar: não era assim que me lembrava; falta algo; alguma beleza desapareceu. Sentimos algum desapontamento. Não conseguimos compreender como é que uma coisa tão outrora tão impressionante perdeu o encanto quase por completo. Mas essa é a natureza do segundo olhar: ele mostra-nos muitas vezes a realidade como ela é de facto, enquanto o primeiro olhar mostra-nos a realidade como nós gostaríamos que ela fosse.